1.4.09

Jornalismo: Um serviço em prol da mulher

É interessante observar a evolução do jornalismo de serviços. Ele acompanha as necessidades da sociedade e evolui de acordo com o contexto em que está inserido. Um exemplo claro disso é a imprensa feminina, que além de demonstrar esta evolução foi essencial para a consolidação do jornalismo de serviços.

A primeira revista feminina surgiu na França no fim do século XVII, intitulada de Mercúrio das Senhoras. A publicação durou pouco e deixou uma lacuna até que retornasse de vez no século XIX, numa época em que cabia à mulher a manutenção da casa e da família, e as publicações femininas serviam de percussoras deste comportamento a ser seguido.

Quatro grandes revistas nasceram nesta época e persistem até os dias de hoje: a Harper’s Bazaar, a Vogue (foto), a Cosmopolitan e a Elle Magazine. Com o tempo, elas passam a contribuir de maneira fundamental para a integração feminina na sociedade e principalmente no jornalismo, campo que era basicamente masculino. E então essas publicações deixam de ser feitas só para mulheres, mas principalmente por mulheres.

No Brasil, a primeira dessas publicações a deixar marcas históricas foi O Jornal das Senhoras, fundado em 1852 no Rio de Janeiro pela argentina Joana Paula Manso de Noronha. Tinha como temas assuntos que vemos até hoje nas revistas femininas, tais como moda, literatura e artes, mas não parava por aí. A revista objetivava abordar a necessidade da emancipação da mulher.

Em 1862 surgia o jornal O Belo Sexo, criado por Júlia de Albuquerque Sandy Aguiar e que tinha sua temática focada em assuntos religiosos e no progresso social da mulher.

Outros jornais foram surgindo ao longo do Século XIX. Em São Paulo, Josefina Álvares de Azevedo (irmã de Álvares de Azevedo) lança em 1888 A Família, que previamente defendia temas como o de "facilitar às mães de família uma leitura amena que as iniciasse nos deveres de esposa e mãe", mas após a Proclamação da República passa a ter um tom feminista reivindicando o direito de voto e de seguirem carreiras como médicas e professoras.

E o progresso continua no Século XX. Surgem as primeiras revistas femininas dirigidas por mulheres. Alguns exemplos são as revistas Única, Brasil Feminino, Fon Fon, e Vida Doméstica, que começavam a tratar, mesmo que sutilmente, temas como a sensualidade e começavam a trazer o rádio e o cinema para suas discussões. Com a chegada da revista Claudia foram surgindo edições mais elaboradas que conciliavam beleza, moda e culinária com política, sexo e cultura (uma característica que reflete a mulher de hoje, capaz de trabalhar, e ainda cuidar da família e de si mesma).

Como dito antes, a evolução da imprensa feminina caminha de acordo com o que está sendo vivido, a necessidade de conquistar um lugar social e político é refletida nos jornais e revistas, mas nunca deixando de lado características peculiares da mulher.
O grande truque está em dizer (e na maioria das vezes provar) que a mulher pode sim e mais do que isso, tem o direito de ocupar os mesmos lugares que os homens, mas para isso, ela não precisa deixar de ser mulher.

Fontes:
http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/nostalgia/decedicao/nostalgia1.htm
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/josefina_vida.html
http://www.fashionbubbles2.com/2007/midia-impressa-revista-feminina-parte-2/
http://tipografos.net/magazines/revistas-femininas.html
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=467FDS002

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei!!!E acho tb q um jornal ou revista voltada para a mulher possa ter muitas outras coisas q no final cheguem a interessar tb ao público masculino,ótimo texto tb,PARABÉNS!

Informe Parasita disse...

Olá pessoal!
O blog de vcs esta muito bom, bem objetivo, com temas e fotos bem interessantes, parabéns pelo blog!!

O tema sobre mulheres não deve ter sido coisa tão complicada pra vcs né, afinal o grupo esta em peso com as mulheres, com exceção do Bruno, hehe

Aproveito para convidar vcs a visitarem nosso blog Informe Parasita: www.informeparasita.blogspot.com

Beijos!